A Anistia Internacional (AI) exigiu ontem (31/10) que as autoridades de Moçambique cessem imediatamente os ataques contra manifestações, que incluem o uso de balas reais, gás lacrimogéneo e detenções arbitrárias, práticas que já resultaram na morte de pelo menos dez pessoas e deixaram centenas de feridos.
"As autoridades moçambicanas precisam encerrar de imediato a escalada de violações contra os direitos à liberdade de expressão e à reunião pacífica", afirmou Khanyo Farise, diretor regional adjunto da AI para a África Oriental e Austral, em comunicado enviado à agência Lusa
Em todo o país, as forças policiais têm reprimido protestos da oposição utilizando balas reais, gás lacrimogéneo e efetuando prisões arbitrárias. De acordo com organizações de saúde, ao menos dez pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas, enquanto centenas foram detidas de forma injustificada, contextualizou a AI.
Com mais protestos agendados a partir de hoje, o Governo e as forças de segurança devem respeitar e proteger o direito de todos os cidadãos de protestar, se expressar e acessar informação em Moçambique, ressaltou a organização.
Segundo a AI, "essas tentativas de suprimir a dissidência pacífica com uso de força podem agravar ainda mais uma situação já grave em termos de direitos humanos". Nenhuma pessoa deve ser detida, ferida ou morta simplesmente por participar de um protesto pacífico, reforçou Farise.
Por fim, a AI defende que as autoridades libertem imediatamente todos os detidos que apenas exerciam pacificamente seus direitos e que realizem investigações rigorosas sobre as mortes, punindo os responsáveis e oferecendo suporte adequado às famílias das vítimas.
Fonte: Lusa/DW