Stuart Sukuma Critica Partidarização das Artes e Falta de Intervenção Social dos Artistas


O renomado músico moçambicano Stuart Sukuma manifestou-se publicamente através de sua página oficial no Facebook sobre a crescente participação dos artistas em campanhas eleitorais e a pouca presença deles em momentos de intervenção social. Em sua declaração, Sukuma afirmou que a partidarização das artes e da cultura representa um retrocesso à democracia e evidencia um sequestro das liberdades fundamentais do ser humano, que deveria ser livre.

Sukuma destacou que não vê problema no envolvimento dos artistas em campanhas eleitorais, uma vez que tal prática não é novidade em Moçambique. Ele mencionou que, na história recente, artistas moçambicanos já ocuparam cadeiras no parlamento como deputados. 

No entanto, o músico enfatizou que o verdadeiro paradoxo está no silêncio desses mesmos artistas diante da necessidade de intervenção social. Segundo Sukuma, muitos artistas, que deveriam ser os primeiros a se manifestar contra injustiças e em defesa dos desfavorecidos, acabam se calando. Ele criticou duramente o fato de esses artistas agora se apresentarem em todos os lugares para convencer a população, especialmente a mais carente, a apoiar e legitimar um sistema que ele considera injusto e opressor, e que governa o país há cinco décadas.

Sukuma também refletiu sobre a atual situação de Moçambique, afirmando que o país está à beira do abismo por diversas razões, com uma frustração generalizada em várias áreas. Ele observou que os artistas nunca foram uma prioridade para o sistema governante, mas que muitos deles se submetem em troca de favores, como convites para eventos privados de figuras influentes, e participam de comícios, disseminando mensagens que ecoam nas redes sociais.

O músico concluiu sua reflexão alertando sobre o perigo da passividade da sociedade, citando o poeta José Craveirinha. Para Sukuma, quando a sociedade civil deixa de exercer pressão sobre quem governa, a esperança se esvai e o individualismo selvagem prevalece. Ele questionou se todos foram, de alguma forma, comprados, deixando no ar uma reflexão crítica sobre o papel dos artistas e da sociedade moçambicana diante das adversidades.

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