A ministra da Justiça, Helena Kida, declarou ontem que o país vai aceitar a decisão tomada na semana passada pela justiça dos Estados Unidos contra o ex-ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, no caso das dívidas ocultas.
"Eu sempre respeito a jurisdição de outros países e, portanto, precisamos acatar. Se existem processos a serem seguidos, eles devem ser respeitados. A decisão foi tomada e nós a aceitaremos", disse Helena Kida à imprensa, durante uma reunião do Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos na província de Maputo.
Manuel Chang foi condenado na quinta-feira passada nos Estados Unidos por sua participação no esquema das dívidas ocultas, e a pena ainda será anunciada.
Chang foi acusado de receber subornos e conspirar para desviar fundos destinados ao desenvolvimento das indústrias de gás natural e pesca de Moçambique, em um esquema para enriquecer e enganar investidores. Os procuradores alegaram que Chang recebeu sete milhões de dólares em subornos, transferidos através de bancos norte-americanos para contas europeias de um associado.
O ex-ministro foi preso em 29 de dezembro de 2018 no Aeroporto Internacional O. R. Tambo, em Joanesburgo, enquanto se dirigia ao Dubai, com base em um mandado de prisão internacional emitido pelos EUA em 27 de dezembro, devido à sua participação nas dívidas ocultas.(A Lusa)